Nova gestão pública: 3 pontos para o prefeito analisar
Quando há uma eleição municipal, o início do ano traz uma nova gestão pública para as prefeituras em todo o Brasil. Mesmo nos municípios onde os prefeitos assumem o cargo pela segunda vez consecutiva, é hora de fazer uma análise profunda de quais ferramentas o novo mandato tem para trabalhar nos próximos quatro anos. Este diagnóstico inicial é fundamental para que o prefeito saiba exatamente quanto tem em caixa para planejar suas ações de governo.
Normalmente, a análise é feita por empresas de consultoria terceirizadas, que concluem o trabalho em cerca de dois meses. A maioria das prefeituras prefere contratar alguém fora de seu quadro de funcionários. A ideia é que nenhum deles esteja diretamente ligado a esta análise de dados tão detalhada. “É momento de conferir contas, projetos, movimentações financeiras. Neste caso, uma auditoria externa traz mais transparência tanto para a nova gestão pública quanto para a população”, argumenta Alexandre Vedovelli, especialista em sistemas de gestão para Procuradorias.
Confira, abaixo, três pontos que o prefeito deve analisar
1: Os servidores ajudam a construir uma nova gestão pública de qualidade
Durante o diagnóstico inicial, é preciso analisar a tríade pessoas-processos-tecnologia. Cada ponta desse triângulo está diretamente interligada e precisa estar em sintonia para que a gestão pública seja eficaz.
A análise deve avaliar se as pessoas estão motivadas com suas funções na prefeitura. Os treinamentos que recebem para exercer suas atividades também precisam ser levados em conta. Um servidor capacitado se sente mais à vontade com suas funções e promove mais produtividade no ambiente de trabalho.
Ainda é possível estabelecer um programa de meritocracia no serviço público. Além das tradicionais licenças-prêmio, por exemplo, o servidor pode receber adicionais por produtividade. “Na Prefeitura de Manaus (AM), o procurador municipal que consegue recuperar um débito de dívida ativa recebe parte do valor como mérito. Para isso, a procuradoria já deve ter cumprido sua média prevista para o total de execução fiscal. Este tipo de meritocracia é criado em lei municipal e vem se mostrando uma excelente metodologia para aumentar a produtividade”, conta Vedovelli.
2: Uma boa gestão pública tem processos bem definidos
Os processos são o segundo ponto da tríade que será analisada no diagnóstico inicial da nova gestão pública. Nesta etapa, é preciso constatar:
- Os papéis devem estar claros para os servidores. Cada precisa compreender exatamente sua função.
- É fundamental estudar se o número de pessoas em cada departamento é adequado.
- O tempo de entrega dos projetos também é importante. Se os resultados são entregues dentro de um tempo não aceitável, pode ser um sinal de alerta.
“É muito possível inserir metas, indicadores, workflows, por exemplo, na nova gestão pública. As metodologias da iniciativa privada podem ajudar a melhorar consideravelmente a produtividade do serviço público”, destaca Maurício Seiji Rezende, especialista em sistemas de gestão para procuradorias.
Sempre que um setor não é tão ágil como pode ser, acaba refletindo no restante da prefeitura. Por isso, é fundamental criar fluxos de trabalhos – os chamados workflows – que definam a rotina e as metas da equipe. No caso da nova gestão pública, é possível contar com sistemas que organizam os fluxos de trabalho de forma personalizada.
3: A tecnologia é o segredo da gestão pública eficaz
Você consegue trabalhar sem computador hoje? Certamente não. A prefeitura também precisa da tecnologia para se organizar e dar mais transparência à população. Uma gestão pública eficiente investe em tecnologia e sabe que o retorno vem em forma de produtividade.
Assim como os workflows, um dos principais meios de arrecadação do município também pode ser organizado por um sistema de gestão. As execuções fiscais de dívidas ativas, por exemplo, são um desafio para muitas procuradorias. A prescrição de prazos e a perda de ações por falta de informações de devedores são apenas alguns fatores que dificultam a recuperação de dívidas.
Com um sistema de gestão, os procuradores municipais podem manter a procuradoria organizada e buscar o aumento da sua produtividade. Nas procuradorias onde os servidores promovem boas práticas, é mais comum perceber a prática de cobrar o devedor o quanto antes. Isso aumenta as chances de recuperar a dívida.
A Procuradoria Geral do Município de Santos (SP), por exemplo, conseguiu diminuir de quatro meses para cinco dias o tempo de ajuizamento de ações de execução fiscal. Florianópolis (SC) também aponta diminuição do seu tempo de ajuizamento de execuções fiscais. Antes de adotar um sistema de gestão, levava cerca de 9 meses para ajuizar as ações que passaram a ser feitas em 58 horas. Além disso, a capital catarinense incentivou as negociações e aumentou em 300% a recuperação de dívidas. Neste caso, a PGM de Florianópolis passou de uma arrecadação de R$ 2 milhões para R$ 8 milhões via dívida ativa.
“O resultado ao fim dos quatro anos de mandato vem em forma de cifras e volta em forma de investimentos para a população”, conclui Alexandre Vedovelli, especialista em sistemas em gestão para Procuradorias.
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