Pré-requisitos técnicos para a segurança da informação na Procuradoria
A integração das novas ferramentas digitais à realidade da advocacia pública trouxe inúmeros benefícios ao setor.
Pelo fato de a tecnologia ser vista como aliada na gestão de procuradorias, torna-se cada vez mais necessário que os profissionais estejam atentos às inúmeras ameaças do ambiente digital. Por isso, saber como prevenir, detectar e se proteger de possíveis ataques à segurança da informação nesse meio é crucial.
Para Anderson Soffa, especialista em dispositivos móveis e internet, que trabalha há mais de quatro anos com sistemas para a área da Justiça, um dos pré-requisitos para reduzir riscos é criar uma Política de Segurança da Informação. O documento é necessário para definir diretrizes e normas administrativas para promover maior segurança ao adotar a tecnologia para Procuradorias.
“Em qualquer instituição pública, a segurança começa com a criação de políticas internas de segurança da informação. Neste documento, a instituição deve definir como vai determinar o uso de equipamentos e de licenças de software, avaliar os antivírus que estão executando e definir permissões de usuários”, detalha Soffa.
Proteção contra ataques cibernéticos
Diante do trabalho realizado pelos procuradores, é importante conhecer o ambiente digital para se proteger de possíveis ciberataques ou vazamento de dados sigilosos. Recentemente, o Brasil ficou em alerta com um ataque cibernético em vários servidores, inclusive Tribunais de Justiça e Ministérios Públicos.
Outro exemplo é o banco de dados do Ministério Público Federal. Depois do início da Operação Lava-Jato, a instituição passou a ser alvo de mais de 100 mil ataques cibernéticos todos os dias. Isso reforça a importância de manter políticas de segurança da informação rigorosas.
“Hoje em dia, a forma mais comum de invasão é conhecida como engenharia social. O criminoso investiga seu alvo pelas redes sociais, identifica que tipo de coisas ele gosta e onde costuma ir, além de informações pessoais, como nome dos filhos e outros dados disponíveis na rede. Entra em contato se passando por algum vendedor de uma loja que essa pessoa costuma frequentar e solicita informação de cunho mais sigiloso que pode ser empregado em algum tipo de ciberataque. Por exemplo: pedir o e-mail profissional para tentar ter acesso a um sistema ou software ao cadastrar prováveis senhas que esse profissional utilizaria para acessar o sistema”, conta Soffa.
Tecnologia para procuradorias e a importância de uma Política de Segurança da Informação
Por conta dos órgãos públicos estarem constantemente na mira de ciberataques, a demanda pela segurança das informações é cada vez maior. Soffa argumenta que o ataque pode vir até mesmo de dentro da própria instituição.
“A utilização de equipamentos externos, como pendrives nas máquinas das instituições, é um risco para a segurança da informação. Dentro deste dispositivo pode estar um código malicioso que acaba infectando o computador dos profissionais e comprometendo as informações. Por isso, ao desenvolver uma Política de Segurança da Informação, a instituição precisa definir o comportamento adequado para que os profissionais protejam essas informações e a invasão do sistema”, complementa.
Soffa afirma ainda que, para evitar possíveis ataques, as instituições devem contar com apoio de uma equipe de TI interna para reforçar a segurança. Os profissionais precisam seguir as políticas de segurança, inclusive quando fizerem uso de smartphones, pendrives para compartilhamento de arquivos.
“Uma boa prática para garantir a segurança da instituição é contar com uma equipe de TI voltada para essa tarefa, fazendo a restrição de acesso e definindo permissões a usuários. Também é preciso redobrar a segurança ao disponibilizar infraestrutura tecnológica direcionada ao uso dos procuradores em dispositivos móveis. Os profissionais precisam atentar para a utilização de antivírus firewall e manter o sistema operacional atualizado sempre que houver uma modificação”, destaca Soffa.
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